April 20, 2013
Sem título
Como é que se aprende a dizer adeus? Como é que se dá um título a uma despedida? Dizer adeus é sempre passar de um ser a outro. Teremos tantos seres dentro de nós como temos adeus? O adeus usa-se no plural ou só se diz adeus uma vez? Uma vez de cada vez? Dizer adeus é passar a ser outro. Morremos sempre quando passamos a ser outro? Ou renascemos de cada vez que acenamos uma despedida? Existe para sempre ou estamos sempre à espera e depois acaba?
March 26, 2013
Como que
a esvaziar.
o vazio, como não tem arestas, provavelmente faz mais sentido. habituámo-nos foi a vê-lo do lado dos vilões.
o vazio, como não tem arestas, provavelmente faz mais sentido. habituámo-nos foi a vê-lo do lado dos vilões.
March 20, 2013
March 19, 2013
Não saber
Remexer o corpo no meio do silêncio nem ter dentro poesia para poder olhar para o lado de lá. Como se fossem só consoantes nas palavras ou frases brancas interrompidas por dedos nos lábios. Citações mudas. O passado mora sempre em todo o lado.
October 19, 2012
June 12, 2012
May 23, 2012
May 08, 2012
hoje apetece-me fumar
Está a ficar escuro, acende as luzes. Lembras-te daquele dia em que só reparámos que era noite por causa das luzes dos outros? Sim, o candeeiro pequeno também, que daqui só se vê a janela. Troco linhas, imagina o que não é com as palavras. Ontem já se foi, não estejas a remoer nisso. Esqueci-me outra vez da password. Trazes-me um cinzeiro quando fores para dentro?
May 06, 2012
antónimos e sinónimos
Ligação
Traço que une duas notas, indicando que a segunda não deve ser executada separadamente.
Directa
No mesmo sentido.
Traço que une duas notas, indicando que a segunda não deve ser executada separadamente.
Directa
No mesmo sentido.
May 02, 2012
água, perdão e luz
coisas do post:
Mayra Andrade,
pretextos-contextos,
som
April 06, 2012
eu quero que você venha comigo
March 20, 2012
era para já estar pronto
Hoje acabei por me cortar a cortar o pão para o pequeno-almoço. Aquele pão era um acidente à espera de acontecer, daqueles com a crosta dura e escorregadia, sabes? E era fininho, o que dificultava tudo. Também não o abordei da melhor maneira. Mas foi em cima da tábua. A tábua é só um instrumento que diminui as probabilidades a favor do utilizador. Foi um corte longo, mas só sangrou das duas partes mais fundas, nada de sério. Agora emparelha-se ao meu dia, fazendo-se sempre lembrar, como aqueles cortes ainda mais rídiculos, do papel ou da folha de alumínio. O sangue sai do corpo porque quer ou porque não sabe fazer as coisas de outra maneira?
Às terças ao sol
Os dois homens conversavam à porta do snack bar. Escolhi nem reparar na conversa e mergulhar-me ainda mais profundamente naquelas palavras que ainda ontem encontrei cuidadosamente pousadas no armário branco da entrada. Foi por ir ver se a sopa estava menos quente que voltei a atentar no diálogo. Um deles, queria lembrar-se de quando tinha morrido o Sr. Ribeiro. O homem mais jovem, numa interjeição de normalidade absurda, quase feliz por poder ser útil ao vizinho, exclama que sabe perfeitamente, porque o Sr. Ribeiro morreu no mesmo dia que o seu filho, dia 20 de Novembro. Ora deixe cá ver, há três anos e... Novembro, Dezembro, Janeiro, Fevereiro, Março. Vitorioso proclama: faz hoje precisamente três anos e quatro meses que morreu o Sr. Ribeiro.
March 17, 2012
March 13, 2012
dias
6h44, sem lado, sol, croissant, não há fiambre, insistir, beijar, espreitar, esperar, não, café e cigarro, trânsito, mais um beijo, N.E.R.D., Radiohead, obras, sol, sono, semáforos, flores pequeninas, mornura, pousar, sentar, ligar, erro, sai e volta a entrar, mais café, mails, telefones, sorrir, bolachas, fica para depois, mimos, mais sorrisos, tabaco, aromas, assuntos, sopa, tangerinas, sol, Primavera, outros assuntos, horas e minutos, surpresas, amigos, telefone, planos, sair, voltar. Voltar sempre. Esperar, não, fumar, comer, palavras, música, saudades, ombros, respirar, nonsense, pessoas ali, pessoas ausentes, perguntas, tarefas, noite. Regressar sempre à noite. Horas, minutos, chá, livro, resistir, acreditar, crescer, segredos. Cansaço. Arrepio.
March 12, 2012
Os castanheiros da mata
Conserva um lugar junto aos castanheiros da
mata
recortado na luz esbatida, um lugar fora do trilho
Quando bruscamente nos separarmos na
encruzilhada de rápidos
terás debaixo do céu branco
em fracções reluzentes
as coisas tal como eram
terás entre ramos ulteriores
a alegria do degelo
uma terra semelhante ao fumo
Quando a noite sussurrar
a imensidade sem coração
terás contigo um pensamento
que não se deixa aprisionar
mata
recortado na luz esbatida, um lugar fora do trilho
Quando bruscamente nos separarmos na
encruzilhada de rápidos
terás debaixo do céu branco
em fracções reluzentes
as coisas tal como eram
terás entre ramos ulteriores
a alegria do degelo
uma terra semelhante ao fumo
Quando a noite sussurrar
a imensidade sem coração
terás contigo um pensamento
que não se deixa aprisionar
March 11, 2012
já cansa este esperar por uma carta em vão
dá-me a tua mão
o teu corpo, o teu mar
teu andar, teu passo
que vai sobre as ondas, vem
a noite passada um paredão ruiu, pela fresta aberta o meu peito fugiu
e então tu olhaste
depois sorriste
abriste a janela e voaste
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