Sempre que posso, vejo os filmes do Woody Allen no dia da estreia. É daquelas tradições que saboreio e antecipo. Ontem foi a vez de Match Point.
Match Point é um filme sobre a sorte e o azar, ou seja, é um filme sobre a vida como ela nos acontece. E é um filme deliciosamente amoral. Daquela amoralidade das paixões, da amoralidade que às paixões nunca deveria ser subtraída.
Passa-se todo em Londres, com a câmara a deslizar como se fosse Manhattan.
Não há Woody Allen character, mas sente-se a sua presença de forma sempre subliminar, num registo muito diferente do tipo neurótico, sempre a correr para o psicoterapeuta. Os actores transformam-se todos sob a varinha mágica do mestre, que consegue fazer deles o que quer (tenho para mim que ele até daria a volta ao Joaquim de Almeida). Scarlett Johansson está (é!) belíssima.
A música que envolve o filme flutua em árias do ópera com muita batata frita. E é na ópera que se ligam alguns dos interruptores que fazem engrenar toda a acção.
À saída, no Monumental, descendo as escadas, os comentários que ouvi lamentavam a falta de piada do filme... Tinham ido ver uma comédia e a coisa correu-lhes malzito, coitados! Depois disse adeus ao waving man e voltei para casa.
Deixo um cheirinho de uma das cenas mais bonitas.
6 comments:
ontem, quando saí do teatro, ninguém se queixava da falta de piada. até porque se se um filme/peça tem uma deixa para rir, então vamos tratar o resto como se fosse o Onde para a Polícia, parte 6 1/2.
ahead.. deixaste-me ainda com mais vontade de ver este filme :)))
a mim tb!
o modo como falas dele é o do qual Woddy :gosto D
saudades dum filme do mestre, o rapaz da alugadora chama-me a amante do tenente Allen (é mentira, mas achei porreiro dizer-te uma mentira que a ser verdade podia até ser giro) Gostei de te ouvir, menina alice!
olha olha, ele é o Monteiro, agora o Allen, querezius todos?!
Qual Monteiro? Tu não me assustes!!!
nés tu? é a outra, a moura!
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