O Maxime é uma inquestionável recém-ex-casa-de-alterne, mantendo alguns tiques de uma antiga clientela, crente que uma nota de € 20 resolve quase todos os problemas que possam passar na cabeça de um empregado de mesa. O gelo é verdadeiramente atentatório da qualidade das bebidas. De resto, é uma sala lindíssima, com aquele ambiente avermelhado, que aconchega sem nos deixar fazer parte.
Na sexta-feira passada, a casa foi enchendo ao ritmo português do primeiro chegam uma meia-dúzia e depois, pertinho da hora do início do espectáculo, quase todos em simultâneo. O diligente mestre-sala (em regime de substituição), não largava as duas folhas de papel A4, uma com a lista das reservas, outra com um mapa da sala. Estava stressado. O ar meio despassarado, meio aflito, denunciava-o para além da dúvida razoável.
Claramente, havia uma mesa que lhe causava mais ansiedade que as restantes. Estava ocupada por duas raparigas que, suponho, lá tenham sido sentadas por ele. E a mesma mesa estava a ser objecto da cobiça de um desses clientes do antigo-Maxime, que albergava na mão esquerda, meio à vista, meio escondida, a famigerada nota de 20. O cliente estava plenamente convencido que iria conseguir ocupar a mesa. A certa altura o mestre dirige-se às duas raparigas, pedindo-lhes que mudassem de lugar. Elas mudaram, a contragosto e por entre resmungos. O cliente da nota de 20 sentou-se e, logo a seguir, um acompanhante que me passara despercebido.
Preparava-me eu para oferecer aos presentes o meu ar mais revoltado, mas nem tive tempo de estirar os ombros: o empregado de mesa, caminhando dobrado sob o fardo da acrescida responsabilidade logística, convidou os dois chico-espertos a saírem da mesa. Sentou-os noutra mesa, no lado oposto da sala, apenas um ou dois pontos abaixo, se considerarmos a estratégia do móvel perante o palco.
Acabei por não conseguir perceber, mas suponho que a nota de 20 haja surtido o efeito pretendido.
5 comments:
Foste ouver a mãe do rock português e falas da logística mafiosa do Maxime?
Conta lá o resto, pá >:>
Não fui nada. Fui ver outra coisa. Já conto quando me inspirar...
Foste ouver as favas com chouriço?! :O
A Aldina, pá! Fui ouver a Aldina... Uma deusa!
Oh!
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