April 03, 2007

ok, hoje não foi um dia fácil

Por falar em trabalho, há algo que também me tira do sério: tentarem explicar-me coisas irrelevantes para o curso do que tenho de fazer, ultrapassando todas as regras economicistas por que se rege o meu cérebro e a minha preferência militante pela selecção da informação - cada vez mais regida pela prevalência do essencial.

Dentre estas pessoas, há-as de quatro tipos: as que não respeito profissionalmente e que ignoro tão ostensivamente quanto me permite a boa-educação, as que ficam felizes por me verem a olhar para elas a cada dois minutos da sua inútil exposição, as que mandam e que vou interrompendo sempre que posso (para lhes fazer perder o fio do raciocínio), e as que me devem obedecer.

São estas últimas as que me dão mais trabalho porque são as que sinto credoras da minha atenção e porque, se me interpretarem mal e meterem a pata na poça, sou eu que me lixo. Apesar desse cuidado (que me exige grande esforço), hoje descobri que uma dessas pessoas me desobedece diariamente e mete a pata na poça independentemente da atenção que lhe dou, ou seja, lixo-me na mesma se a deixar continuar a fazer merda.

Claro que estou grata a essa pessoa: fez-me perceber que posso ser muito desagradável e que consigo dar ordens sem ter de pedir educamente que as coisas apareçam feitas. É pena que só o tenha feito quando ele já estava muito repimpado na sua casinha pequenina com a sua familiazinha, mas amanhã, de manhãzinha muito cedo, quando ele abrir o mail, vai começar mal o dia.


Vou recordá-lo sempre por ter acabado com mais este pedaço da minha inocência.

3 comments:

margarete said...

:s

pns said...

Caramba, o mundo é mesmo feio, não é?

"Ter acabado com mais um bocado da minha inocência" também é algo que me acontece todos os dias. Mas o que vale é que, no entretanto, felizmente ou infelizmente, vou ganhando novas inocências, afinal de contas e ainda bem, a vida continua a deslumbrar-me todos os dias. Assim como a ti, de certeza. ;)

Mas é verdade, "o inferno são os outros", mas, fatalidade irritante, precisamos de um pouco "dos outros" para nos reflectirmos e nos cumprirmos perante nós próprios. Mesmo que esses outros existam apenas na nossa imaginação.

menina alice said...

Fazes-me sempre ver o outro lado. :) Obrigada. Pela visita tam´bém. ;)