May 07, 2007

complicadíssima teia


Confirma-se: há uma série de relações que nunca se poderão estabelecer, n expectativas que vão sair goradas, análises que nunca poderão ser feitas honestamente porque os dados nunca vão estar todos deitados sobre a mesa (ou, se estiverem, não será em simultâneo), porque, na verdade, os compromissos que assumimos connosco, quando estão lá há muito tempo, sobretudo se optamos por nunca tomar desvios, acabarão por ossificar. Daqui saímos convincentes? Convencidos? Intransigentes, porém coerentes? Religiosos?...

Há um conto n' Os Emigrantes, do W. G. Sebald, que conta, em tortuoso flashback, a história de um homem que se suicidou, deitando-se na linha do comboio. Durante toda a sua vida fora fascinado por tudo o que metia linhas férreas, agulhagens, carris, caixas de sinais, carruagens. Um dia, ainda criança, chegando a casa de uma manhã de explorações na estação de comboios, o tio repreendera-o pelo atraso e, sem conhecer ele próprio o alcance das suas palavras, vaticinou que o protagonista um dia havia de acabar nos caminhos de ferro.

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