Ficaram cinco reuniões marcadas para a semana. E só eu sei o quanto me entediam as reuniões. Aquele receber propositadamente alguém, para falar de um assunto específico, àquela hora, na sala de reuniões, a demorar sempre mais tempo que o previsto. Pergunto-lhes sempre quanto tempo demoraram as reuniões. Sei que não é cordial, mas faço um ar suficientemente atarefado para me aparentarem uma reacção normal, e eles mentem sempre, portanto uma compensa a outra. Desde que trabalho neste sítio tive apenas uma reunião em que não me aborreci e já são uns anos de reuniões.
Na minha antiga profissão, era muito raro as reuniões demorarem menos de duas horas, duas horas e meia (para mais) e eu fazia tudo o que estava ao meu alcance para disfarçar o sono que se apodera de mim. Foi nessa altura que aprendi que molhar a parte de dentro dos pulsos (a que usamos para nos suicidarmos) ajuda.
Há pessoas cujo único trabalho é ter reuniões com pessoas como eu. E eu sou sempre adorável, educada e eficiente, embora não deixe de a dar a ideia que tenho mais que fazer, embora não desgoste daquele bocadinho, se for só um bocadinho. Imagino as bestas quadradas que as pessoas que reúnem para viver encontram pelo caminho.
Não digo que não tenha já uns truques, do género de pedir a alguém que me telefone se a coisa começar a abeirar a meia-hora. Depois, ao telefone, respondo qualquer coisa como eu sei que é urgente, mas suponho que também já não me demore muito, mas não volte a interromper-me se não for importante. Também combinei previamente que o telefonema deve ser repetido no máximo dez minutos depois, caso em que faço um ar entre o contrariado e o da vítima do inevitável e respondo: Muito bem, diga-lhe que lhe ligo dentro dos próximos minutos! É nesta altura que volto a mirar nos olhos a pessoa da reunião e lhe conficencio que lamento, mas que esse dia está a ser de facto impossível e que o assunto para que me chamam requer a minha imediata atenção.
Pior são os almoços e ainda me falta traquejo para lidar com esses. Tenho um para a semana. A sorte é que é com a pessoa da reunião boa.
Bom fim-de-semana.
(o título do post foi roubado ao grande SG)
Na minha antiga profissão, era muito raro as reuniões demorarem menos de duas horas, duas horas e meia (para mais) e eu fazia tudo o que estava ao meu alcance para disfarçar o sono que se apodera de mim. Foi nessa altura que aprendi que molhar a parte de dentro dos pulsos (a que usamos para nos suicidarmos) ajuda.
Há pessoas cujo único trabalho é ter reuniões com pessoas como eu. E eu sou sempre adorável, educada e eficiente, embora não deixe de a dar a ideia que tenho mais que fazer, embora não desgoste daquele bocadinho, se for só um bocadinho. Imagino as bestas quadradas que as pessoas que reúnem para viver encontram pelo caminho.
Não digo que não tenha já uns truques, do género de pedir a alguém que me telefone se a coisa começar a abeirar a meia-hora. Depois, ao telefone, respondo qualquer coisa como eu sei que é urgente, mas suponho que também já não me demore muito, mas não volte a interromper-me se não for importante. Também combinei previamente que o telefonema deve ser repetido no máximo dez minutos depois, caso em que faço um ar entre o contrariado e o da vítima do inevitável e respondo: Muito bem, diga-lhe que lhe ligo dentro dos próximos minutos! É nesta altura que volto a mirar nos olhos a pessoa da reunião e lhe conficencio que lamento, mas que esse dia está a ser de facto impossível e que o assunto para que me chamam requer a minha imediata atenção.
Pior são os almoços e ainda me falta traquejo para lidar com esses. Tenho um para a semana. A sorte é que é com a pessoa da reunião boa.
Bom fim-de-semana.
(o título do post foi roubado ao grande SG)
1 comment:
E ainda dizem mal do funcionalismo público? Esta agora não está má,quem me dera ter sido funcionário público, heeee . J.S.
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