Confesso que me diverte largo isto de haver quem se dê ao trabalho de devorar livros de 600 páginas na semana em que são editados, para lhes encontrar coincidências com os grandes. É maneira de se confirmar que se os leu e reciclar uma ou outra citação menos evidente ou sedutora numa primeira leitura (de quem lê e de quem escreve). Que é como quem diz que me sinto um nadinha invejosa de quem tem tempo para o fazer e disponibilidade mental para vestir as peles do caçador de originalidades inspiradas nas musas d'outrém. Por estas e por outras, o meu inconsciente, sempre alerta e solidário com a parte de mim que parece fazer sentido, pôs-se a sonhar com o Miguel Sousa Tavares. Tinha ido levar-me ao aeroporto e, à despedida - talvez vítima (o inconsciente, não o MST) de um encontro dessa tarde com uma daquelas quarentonas loiras da alta-sociedade que só dão um beijo e me deixam sempre com um lado da cara à banda - espetou-me sete beijos em cada bochecha, como se de osculação comum se tratasse. Eu não me desmanchei, está bom de se ver, mas acordei logo a seguir, não fosse aquilo descambar. Uns minutos depois, já mais racional e objectiva, achei que a lambuzice pode ter derivado do medo (o perigo na utilização da língua-mãe neste post!) que ele tem medo de voar. Ou então ele não tem medo de andar de avião e é beijoqueiro.
4 comments:
andaste pela invenção de morel, foi?
http://morel.weblog.com.pt/2007/10/separados_a_nascenca.html
Ele TEM medo de voar. Borra-se.
Sabes que eu também vivia com essa convicção (que ele tem medo), mas na entrevista na Única, ele farta-se de falar que sai do avião, da viagem de avião, do cockpit de avião, do piloto e eu fiquei cheia de dúvidas.
Li isso, li, limunina ("li isso, li, limunina" é giro, tem montes de li's) e mais duas ou três coisas.
li li li, ainda bem que estás por aqui.
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