POEMA
alguma coisa onde tu parada
fosses depois das lágrimas uma ilha
e eu chegasse para dizer-te adeus
de repente na curva de uma estrada
alguma coisa onde a tua mão
escrevesse cartas para chover
e eu partisse a fumar
e o fumo fosse para ler
alguma coisa onde tu ao norte
beijasses nos olhos os navios
e eu rasgasse o teu retrato
para vê-lo passar na direcção dos rios
alguma coisa onde tu corresses
numa rua com portas para o mar
e eu morresse
para te ouvir sonhar
ANTÓNIO JOSÉ FORTE
5 comments:
Se eu não te amar mais me
Caia o mar nos ombros
Me caia
Este silêncio pelos ossos dentro
Me cegue os olhos esta sombra
Me cerre
Esta noite num escuro mais profundo
Do que a chuva de ti de mãos tão leves
A figueira do meu sangue se emudeça
De pássaros à espera dos teus passos
De outra voz por sobre a minha
Morta
E as ruas do teu corpo eu desaprenda
Como desaprendi os dedos que em tocam
E se eu não te amar mais me caia a casa
De costa no teu peito como o vento.
António Lobo Antunes
não queria escrever aqui ... mas não resisto, só uma palavra... lindoooooooooo
:) Ah! Mas tu és talvez das quase-únicas pessoas que podiam escrever aqui. ***
PRONTO... tb não fui mais forte, tb não resisto... suspiro
bom-dia :)
p.s. copiei ambos poemas e imprimi :P
muito bonito, alice!
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