Os novos reis da publicidade na TV são os medicamentos de venda livre. Substituem - pobremente diga-se - os anúncios shinny-happy aos produtos de limpeza do lar e aos absorventes íntimos, que se deixaram intimidar (em número e frequência) pelos efeitos terapêuticos dos novos senhores. Sem prejuízo de, apesar de os anúncios serem fracotes, terem todo o interesse para quem, como eu, podia ter sido farmacêutica ou publicitária ["you coulda been a legend but you became a father"], não deixará de se apontar a necessidade de recomendar alguma atenção e até decoro no que respeita à hora de emissão, senão por outro motivo, pelo menos para poupar os espectadores (afinal, os compradores dos produtos) a referências menos agradáveis à hora do jantar. Insípidos quadros familiares, descoloridas paisagens de comédia romântica dos anos 80 ou inverosímeis quadros do quotidiano abalançam-se à promoção de remédios para diarreias, sangramentos de gengivas ou mucosidades espessas e expectorações (personal favourite), num claro atentado ao momento de convívio da família perante a costeleta e o telejornal.
Dito isto, anseio pela evolução do tipo para os filmes sofisticados à la publicidade para telemóveis ou perfumes, com estrelas de renome internacional a dar a cara pela purificação dos nossos fluídos.
Dito isto, anseio pela evolução do tipo para os filmes sofisticados à la publicidade para telemóveis ou perfumes, com estrelas de renome internacional a dar a cara pela purificação dos nossos fluídos.
1 comment:
A minha irmã vai aos arames cada vez que aparece esse anúncio do medicamento para desarranjos intestinais. Acha um desaforo que passe sempre à hora do jantar :D
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