sonhos de sonhos (da série 500 sítios para visitar antes de morrer, # 497)

A foto é do Izan Petterle, que conta no seu blog a história por detrás.

28 de abril de 2008. Chego em Havana vindo do Rio de Janeiro. Passaram-se 12 horas de viagem em um vôo marcado por lembranças e pensamentos incertos. Inspirado por uma das mais completas biografias de Che Guevara, Vida em Vermelho, escrita pelo mexicano Jorge Castañeda, decidi refazer os caminhos percorridos por Che durante a revolução cubana. Nossa proposta era registrar e documentar a memória da passagem de quem viria a ser um mito da história contemporânea, o legendário Che Guevara. Era um tarefa um tanto obscura e nosso destino era uma região remota, sem infra-estrutura turística, um território de “guajiros e campesinos”, gente simples que sobrevive em uma vida rural arcaica. Carros de boi são aqui os tratores do mundo moderno.

Essa aventura, na verdade, tem origem no ano de 1975. Influenciado pela mística revolucionária de esquerda, eu, jovem aspirante a fotógrafo, nascido e criado no lado brasileiro dos pampas, quase vizinho de onde nasceu Ernesto de La Serna Guevara, resolvi pegar a mochila, uma câmera Pentax Spotmatic F, 3 lentes, muitos rolos de filme e percorrer a América do Sul em uma viagem muito parecida com a de Che – que depois se tornou o latino-americano mais famoso do século 20. Trinta e três anos depois dessa aventura – e 53 depois de Che realizar a jornada que culminou com sua chegada a Cuba e à tomada do poder por Fidel Castro – eu decidi completar a viagem iniciada em minha juventude. Parto para Cuba em busca do que restou dos sonhos de uma sociedade igualitária. Nosso guia era o diário escrito por Che entre os anos de 1956-59, chamado Pasajes de La Guerra Revolucionaria...





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