Se eu pudesse iluminar por dentro as palavras de todos os dias
(O soneto que só errado ficou certo)
Se eu pudesse iluminar por dentro as palavras de todos os dias
para te dizer, com a simplicidade do bater do coração,
que afinal ao pé de ti apenas sinto as mãos mais frias
e esta ternura dos olhos que se dão.
Nem asas, nem estrelas, nem flores sem chão
- mas o desejo de ser a noite que me guia
e baixinho ao bafo da tua respiração
contar-te todas as minhas covardias.
Ao pé de ti não me apetece ser herói
mas abrir-te mais o abismo que me dói
nos cardos deste sol de morte viva.
Ser como sou e ver-te como és:
dois bichos de suor com sombra aos pés.
Complicações de luas e saliva
José Gomes Ferreira
3 comments:
como são belos estes versos
enviados, como noiva virgem,
na noite perfumada!
dei-lhes como dote um amor sincero
e por morada o recanto mais secreto
deste meu rendido coração
Ibn As-Sid (1052 - 1127)
trad. Adalberto Alves
bonito. uma poesia bem rimada sabe sempre tão bem... ;)
gostei do poema, menina-alice.
bjos.
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