No livro-disco Uma Autora, 202 Canções, a Amélia Muge, nos agradecimentos, a final, escreve "Aos que ouvem os meus discos e/ou vêm aos meus concertos: sois sempre uma das minhas mais perfeitas imagens do futuro.".
O pedacinho de mim que está naquela última frase sorri-se todo ao lê-la. E a minha vida eleitoral era bem mais simples se os candidatos me chegassem assim...
Na FNAC, puseram-na na prateleira dos audio-livros, um produto ainda tão pouco apelativo, tão ainda mais adequado aos mortos-clássicos que aos vivos-que-respiram. Eu, depois de muito procurar, descobri-a por mero acaso. Ignoro os critérios da indústria para a distribuição das prateleiras, mas não duvido que a escolha, por mais lisonjeira que pareça em teoria, acabe por esconder o empenho, a dedicação, a música e os poemas. Vender o que se faz e abrir cabeças com o que achamos pode fazer diferença, são os objectivos primordiais de quem faz arte próxima da realidade que é o pedaço de tempo que aqui temos. Porque precisamos de satisfazer necessidades primeiras. Porque senão mais valia um emprego de sair-e-não-pensar-mais-naquilo.
Ter de aguentar a uniformização da indecisão de quem decide afasta-nos a todos de ser um bocadinho melhores.
3 comments:
E estar lá - seja onde for - já é uma sorte. Fdp de sorte.
Não conhecia a tua teia, Alice. Achei óptima, posso passar mais vezes?
Será um prazer, Zé. Aparece sempre. :)
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