Não sei se sei fazer isto. Olhamos para o mar e sentimos o sal, se o sal nos ocorre, olhamos para um livro e intuímos-lhe a mancha que deixam as letras e as palavras, olhamos para o vacilo dos ramos das árvores e adivinhamos o vento, sentimos a sede a começar a ser saciada só de ver a água perto, sabemos a música que vem a seguir e as nossas mãos antecipam o prazer da água que as purifica. Mas não sabemos muito mais que isso. E ficamos horas a fitar o mar, lemos livros e livros, espreitamos as árvores, matamos a sede, cantamos e fazemos as abluções. Mas será sempre do tempo que vem o peso maior. Será sempre na dúvida que acabamos por soçobrar.
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