September 03, 2008

Some say the world will end in fire, some say in ice

Deixou-se estar ali mais um pouco. A brisa que soprava não era de ir já embora e o seu veludo morno envolvia-lhe o corpo só. Há clichés eternos, de sentido único. Continuou a olhar para as moedas. Muitas mantinham-se resplandecentes e a água que as cobria parecia dançar em cima delas, ora ensombrando-as, ora acentuando-lhes o brilho. Uma menor constelação em prata e cobre. Aquela, recebera de troco do senhor da mercearia, quando fora comprar os lenços de papel, a outra mais além, a que está ao lado do peixe grande cor-de-laranja, era do tabaco, do maço do regresso. Ao pé da pedra redonda, estava a dos correios. Preferia não ter trocado essa nota. Ou preferirá, quando tardar a resposta .

As flores que lá crescem e revigoram, vêem-na sempre a arremessar desejos e não há uma que murche.




photo Pedro Sousa
Título: Fire and Ice, Robert Frost

2 comments:

João Lisboa said...

Bonito poste.

Mas não é isso que aqui me traz: fazes favor, vais ler o editorial do Nuno Pacheco no Público e, mais uma vez, reconhecer o privilégio que é poder dar-se com autênticos visionários.

menina alice said...

Parte de mim sempre soube que tu só aqui vinhas por causa dos editoriais do Nuno Pacheco. A pessoa está sempre a levar pancada, sempre a sofrer.

Já li pois! A coisa bem pensada a 100% tinha sido termos dado a Ossétia do Sul ao Ícone. Se calhar passámos lá, mas a bandeira foi chumbada por não ser indie (>:>).

Confesso que ainda há umas semanas eu pensava: a minha Transnítria-natal "havera" de se entusiasmar com esta rapaziada da Abkhazia!