Se hoje aqui publicasse uma foto, seria esta. Não a consigo passar para aqui, mas serviria para ilustrar um daqueles momentos em que, quase parados, controlamos a ansiedade com consciência exclusivamente dedicada, quase vendo o ar que nos rodeia, fazendo de conta que não nos importamos com o bater ensurdecedor do tic-tac do ponteiro dos segundos. Falo de pedaços de espaço espesso, que mantemos suspensos para a eternidade, alentecendo os movimentos do corpo, fingindo que nem reparamos que o tempo nunca mais passa. Lembra-me o corredor da casa dos meu avós, em Viseu, comprido e escuro, com o chão daquela madeira de passos-eco, ladeado por uma assustadora arrecadação, onde se escondiam aflições indescritíveis (esconderão ainda?) e com apenas um interruptor numa das extremidades. Nesses dias, a menos que fosse responder a um pedido urgente, percorria-o sempre o mais devagar possível, convicta da presença mal-intencionada de vilões transparentes nas minhas costas, que só não me capturavam logo porque se divertiam a fazer-me morrer de vontade de correr até à luz morna da sala do fundo.
10 comments:
entendo esses momentos, esse sentir, embora pessoalmente seja muito fraca a controlar ansiedade. tenho de trabalhar mais o "anjo sem asas" em mim... ;)
o bom que é ter-te de volta aqu :)
Ena! Está catita mesmo o belogue!
Sissenhor... agora, não lhe mexes nem te vais pôr a fazer "experiências" cromáticas durante um ano.
Olha que bela recepção esta, rapazes! :) Agora estou outra vez com vontade de desblogar cenas. E olha que tu não refilares logo assim à primeira com os meus re-stylings é obra, hein djóne!?
Maria, é como se "fôra" um jogo... Tens de experimentar. ;)
A casa das minhas tias-avós também tinha um corredor assim.
A mim, a bruxa, não me apanhava porque eu conseguia chegar ao fim antes de contar até três.
CA'LINDO! :D
a foto é linda, não a consegues passar pq?
Obrigada, obrigada. Foi um team work, meu e do meu babe. Não consigo porque não aparece nada... :(
F., mas tu corrias, eu ia devagarinho... :)
Eras mais prudente!
Era é mais apanhada...
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