January 03, 2010

da série: jet lag

(Rua Comandante Che Guevara)

Apesar de ter estado naquele outro mundo apenas 10 dias, no Domingo de manhã, quando entrei no Pingo Doce para comprar coisas para o pequeno-almoço, que não tinha (sou muito caseirinha com os pequenos-almoços), parecia que tudo resplandecia em quantidade e luz. Pela primeira vez reparei em como tudo está sempre tão organizadinho e pronto para que nós não consigamos resistir (teoria da conspiração à parte, não resisti às tangerinas, mas também quase nunca resisto). E lembrei-me daquela reportagem que transmitiram na SIC, pouco antes das minhas férias, em que explicavam a logística e o trajecto dos produtos do Continente. Lembrei-me que descobri nesse dia que a fruta que comemos é produzida para ter tamanhos semelhantes e o melhor aspecto. Que a que sai das medidas e padrões contratados, fica no chão. E que costuma ficar armazenada no frio cerca de um ano antes de nós a comprarmos. Em Luanda, as zungueiras não vendem a fruta mais bonita, mas morremos de vontade de a comprar quando a vemos elegantemente equilibrada nas bacias que anos e anos, e passos e passos, e horas e horas, profissionalizam sobre as cabeças e sorrisos. E nem os supermercados insípidos e parcos, a fazer lembrar os da minha infância nos idos de 70 e quase 80, trouxeram saudades das pirâmides de tangerinas do Pingo Doce (e se eu gosto de tangerinas!).

Saí com os sacos amigos do ambiente aviados e com a certeza que, de duas uma, ou sou muito impressionável, ou tenho de me diagnosticar um jet lag da alma.

2 comments:

ícone indie said...

opá, como te misso...

Ana Sousa said...

Pois... só podia ;)

Essa do Jet Leg da Alam, está fixe!!!